Ok, eu sei que demorei um pouco para soltar essa lista no mês do orgulho do Lgbt, mas tenhos meus motivos, além de estar atolado de coisas para fazer, eu não sei se eu, como uma pessoa hétero poderia falar sobre esse tema e sem a intenção poder soar apropriador de pautas importantes, mas a caixa de comentários para qualquer critica está aberta e tomei muito cuidado nesse post, espero que gostem.
1.Life Partners (2014) dir. Susanna Fogel
Nesse Dramédia dirigido pela Susanna Fogel (Conhecido pela comédia Meu ex é um espião e pelo roteiro de Fora de série ), Life Partners é um conto sobre amizade entre duas mulheres, uma moça lésbica e sua melhor amiga hétero.
E ambas ainda estão aprendendo sobre a vida, Paige (Gillian Jacobs), a personagem hétero, precisa descobrir se ela quer estar certa o tempo todo mesmo que isso arrisque as suas relações e Sasha (Leighton Meester) precisa descobrir se realmente seu sonho é trabalhar com música e se as mulheres com quem ela saí são realmente as pessoas necessárias em sua vida.
A personagem da Leighton Meester é a melhor coisa do longa, ela está perdida em seus últimos relacionamentos furados e em um emprego que não gosta e para completar, não quer decepcionar sua família com sua idéia de largar por um tempo seu sonho de entrar no ramo das músicas.
Ela passa por um bom desenvolvimento sobre si mesmo, junto com sua melhor amiga.
Life Partners é um filme sobre amadurecimento, amizades e relacionamentos.
Não só de cinema contemporâneo se vive o cinema Lgbt, em 1961 temos uma das mais famosas e discutidas obras cinematográficas sobre lésbicas, em The Children's Hour (Infâmia aqui no Brasil), As amigas Martha (Shirley MacLaine) e Karen(Audrey Hepburn) administram juntas um internato, mas uma estudante diz para a avó que as duas professoras têm um romance secreto, quando o boato se espalha, a vida das educadoras vira de cabeça para baixo para sempre.
Aqui temos uma obra polêmica no círculo Lgbt, a peça teatral já tinha sido adptada antes pelo próprio diretor em 1936, mas o código hays retirou a homosexualidade da história, já nessa versão, a lesbianidade não foi apagada, mas o código Hays ainda vigorava em Hollywood, fazendo com que o filme tivesse um final trágico.
Mesmo com esses problemas o filme toca em assuntos necessários, principalmente sobre a homofobia, pois, diferente do que muitos pensam, não foi a mentira que traz a tragédia e sim a homofobia (tanto nas telas como também de forma intertextual, já que na apreensão do filme não ser liberado, o diretor optou por um final trágico).
Não dá para saber a verdadeira opinião do William Wyler sobre homosexualidade, mas parece que ele nunca ficou satisfeito com a versão mega higienizada de 1936 que ele dirigiu, pois com esse remake em 1961, não apenas foi diretor como também foi produtor para evitar uma nova hiper-higienização da história que ele tanto queira contar, mais uma vez você mandou bem Wyler, com uma história que infelizmente, ainda é muito atual....
3.Minha mãe é uma peça (2019) dir.Susana Garcia
Esse longa fez algo inimaginável, levou milhares de pessoas ao cinema para assistir um filme centrado em um casamento gay, e se tratando de um país conservador que é o Brasil, isso é um baita feito.
Desde do primeiro filme da trilogia, o comediante gay Paulo Gustavo faz a personagem Herminia, uma mãe que acolhe o seu filho quando ele sai do armário, tudo isso culminando no casamento, que ocorre no terceiro filme, uma trilogia engraçada, mas que sabe lidar com assuntos sérios e com belos momentos emocionantes.
4.Senhoritas em Uniforme (1931) dir.Leontine Sagan
E para finalizar, tem uma menção mais que especial, eu ainda não assisti esse filme, mas pretendo e eu não poderia deixar de fora, é um dos primeiros longas a retratar homossexualidade, produzido na República de Weimar (cujo país nem existe mais!!), conta a história de Manuela (Hertha Thiele) que entra um internado para mulheres e que começa a se apaixonar pela sua professora.
O longa sobreviveu aos nazistas que tentaram queimar todas as cópias existentes, sobreviveu a censuras e versões cortadas, e é considerado por muitos a inspiração para o livro Olivia, que mais tarde foi adptado aos cinemas e também fala sobre homosexualidade em um colégio.
Senhoritas em uniforme não apenas é um dos grandes clássicos do cinema Lgbt como um dos mais cultuados filmes no mundo todo.
Ele está em domínio público e você pode assistir agora, no youtube:
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E com isso, vemos que a representação de Lgbts sempre existiu mesmo que eles tivessem que lutar contra governos autoritários e leis de censura e esse cinema ainda continua e fica a cada ano, mais firme e forte.
Leia mais sobre cinema, novela e outros conteúdos com a Jessica Bandeira que escreve no site querido clássico: clique aqui, foi um dos seus posts que me inspirou a escrever esse aqui.
Muito obrigado por ler até aqui e cuide-se.
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